sábado, 13 de setembro de 2008

Ensino, Pesquisa e Extensão


"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário.
E agora não contentes querem privatizar o conhecimento, a sabedoria,
o pensamento, que só à humanidade pertence."
(Bertold Brecht)

As universidades públicas brasileiras surgiram para atender às necessidades do país. Dessa forma, sua produção de conhecimento deveria estar associada ao desenvolvimento econômico, social, cultural e político da nação, sendo um espaço de construção de teorias e práticas transformadoras da Sociedade e do Estado e alicerçada do tripé Ensino-Pesquisa-Extensão.

Contudo, o que vivemos hoje é uma universidade que serve a elite, mantendo a lógica capitalista. Temos um ensino voltado para a formação de técnicos para o mercado de trabalho, aonde o estudante é reduzido a consumidor passivo que vai à sala de aula receber as informações que o professore tem para passar. A pesquisa valorizada, em sua maioria, é aquela voltada para o desenvolvimento de tecnologias, financiadas pela iniciativa privada e que, portanto, servem ao Capital e ao lucro desenfreado, ignorando as demandas sociais. A Extensão, por sua vez, parece ser o patinho feio dessa história, existindo apenas para que a universidade cumpra sua “responsabilidade social”.

Nós do Levante e Cante, defendemos uma universidade voltada para a transformação social, pros setores oprimidos e/ou explorados, e que produza conhecimento em conjunto com a sociedade, servindo de fato a população. Em que o ensino, pesquisa e extensão sejam de fato indissociáveis, ou seja, que sejam construídos em conjunto, concomitantemente. Uma universidade onde caibam todos e todas que queiram nela estudar.


Defendemos:

- Uma formação com base no tripé “Ensino, Pesquisa, Extensão”, entendendo-o como indissociável.

- Criação do Núcleo de Extensão Popular.

- Apoio, através de incentivo e visibilidade, a projetos de extensão já existentes.

- Contratação de professores dedicação exclusiva, que trabalhem com pesquisa e extensão.

- A reforma curricular dos cursos de graduação seja voltada para o público e tenham por horizonte o tripé ensino-pesquisa-extensão, não sendo apenas uma reforma na grade curricular.

- As bolsas de pesquisa devem ser distribuídas segundo um projeto político pedagógico da UFPE com o objetivo de beneficiar o público.

- A universidade, por ser pública, não pode ter seus recursos materiais e humanos utilizados para beneficio da iniciativa privada.

- O ensino à distancia para formação "superior", deve servir como complementar e não substituto da graduação presencial.



2 comentários:

Anônimo disse...

"A universidade, por ser pública, não pode ter seus recursos materiais e humanos utilizados para beneficio da iniciativa privada". Pq não? pq uma empresa privada não poderia finaciar pesquisas? seria, de fato, uma troca na qual daria oportunidades a muitos outros estudantes...

Lucas Figueiredo disse...

O problema não é puramente receber incentivos da iniciativa privada. Incentivos financeiros para a universidade são sempre bem vindos =D

A questão é que essa relação público-privado têm uma tendência muito forte em desvirtuar o papel da universidade mudando o foco para o interesse privado.

Daí os esforços de uma entidade pública que deve servir à sociedade acabam se destinando à problemas específicos de entidades privadas com (quase sempre) nenhum cunho social... =/

Basicamente é isso, Lucas \o_