segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Direito Pago...

Pernambuco carrega consigo a triste estatística de ser o Estado que mais tira carteira de estudantes no país. Mas o que isso tem de errado?

O direito à meia entrada é uma realidade. Então nos perguntamos: se conquistamos um direito, qual a razão para termos que pagar (através da compra de carteiras de estudante) por eles?

Em 1993, o governo do estado de Pernambuco – gestão de Joaquim Francisco – lançou o decreto 16.498/93 que garantia a meia entrada à estudantes em todos os níveis de ensino, contudo, os(as) estudantes só efetivariam esse direito apresentando EXCLUSIVAMENTE a carteira de identificação estudantil emitida pela UNE/UBES. Até que no ano de 2001, é lançada uma Medida Provisória (n°2208) que garante a meia entrada “pela exibição de documento de identificação estudantil expedido pelos correspondentes estabelecimentos de ensino ou pela associação ou agremiação estudantil a que pertença” completando ainda que é “vedada a exclusividade de qualquer deles”.

Em Pernambuco isso não é respeitado e estudantes pagam até R$12,00 por uma carteira que pode custar menos de R$4,00! O pior é que grande parte dos(as) estudantes não sabem para onde este dinheiro vai e entidades estudantis são sustentadas com o pagamento compulsório das carteirinhas. Ter a carteira de estudante significa ser sócio daquela entidade. Pare por um momento e pense: quando essa entidade te consultou para tomar as decisões? O seu dinheiro é usado da maneira mais arbitrária possível, seja para “montar” casas no carnaval como para comprar sede de partidos políticos.

Acreditamos que é possível mudar essa realidade, contudo, não vamos aqui fazer propostas baseados em discursos alucinados. Temos uma meta, que é garantir que o direito a meia entrada sem que precisemos pagar por eles. Mas sabemos que é preciso trilhar um caminho até chegar ao nosso objetivo, e o primeiro passo, é que nosso DCE lute para que em Pernambuco a lei seja efetivada e a UFPE possa ter uma carteira própria que custe somente o valor de fabricação e que o valor excedente se dê por contribuições voluntárias e não obrigatórias como é feito hoje.

5 comentários:

Anônimo disse...

Concordo em parte, pois você fala que a carteira emitida pela UNE nos obriga a pagar por "contribuições compulsórias" que financiam entidades estudantis, como D.A.s, etc.
Mas as carteiras emitidas por outros órgãos, como o banco Real, pra onde destinam este dinheiro que pagamos a mais pela carteira?
Eu acredito que, se o dinheiro pode ser direcionado para entidades de base, como um d.a. que não recebe nenhum tipo de financiamento, é mais válido que apenas enricar os bolsos de banqueiros ou dar dinheiro pra outras entidades que emitem a carteira e não fazem nenhum tipo de repasse à classe estudantil em nenhuma estância.

Anônimo disse...

E por que o fato de Pernambuco ser o estado que mais emite carteira de estudante é uma triste estatística? Pra mim isso é bom, pois mostra que as políticas de inclusão da população no nível superior está aumentando (por políticas como o prouni e reuni, futuramente)e que elas estão utilizando o seu direito de meia entrada e meia passagem!

Anônimo disse...

é, existe um pouco de razão no fato de pagarmos por algo que às vezes nem sabemos que financiamos, como uma casa de carnaval, no caso como voces afirmam, da une.
mas eu fiz minha carteira de estudante pela uespe, que era 2 reias mais barata, e perguntei pra onde iria o dinheiro. o cara enrolou e não disse nada.
prefiro dar meu dinheiro pra ter repasse pra entidades como c.a.s do que pagar pra ir pro obscuro!

Alisson da Hora disse...

Gente, sou meio chato no que diz respeito a política estudantil, mas, comparando as propostas e os discursos do Levante e Cante vejo que é um fôlego novo no meio da mesmice que se reveza na UFPE...
Vamos lá, vamos virar isso!

Lucas Figueiredo disse...

Pois é galera, concordo e posso até galar pelo levante e cante em relação à esse ponto. Melhor que o dinheiro da carteirinha vá para um DA ou DCE do que parar nas mãos de uma entidade privada.

Mas peraê, não é por que existe uma realidade pior que a gente vai aceitar a que temos né?

O estudante pagar uma contribuição (que em termos proporcionais é bastante grande, dos 12 reais que foi esse ano foram mais de 6 só para entidades...) sem ter a menor noção disso não é muito justo.

Além disso, o repasse para as entidades menores (DCEs e DAs) deixa a desejar.

No fundo no fundo a carteirinha não deveria existir, mas como passo intermediário a idéia é fazer uma carteira de estudante do DCE e que a contribuição seja voluntária, ou seja, a preço de custo.

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